terça-feira, 15 de outubro de 2019

A banda toca Buarque

Título do livro: A banda toca Buarque

Gênero: Poesia

CAPA:
Ateu Poeta

Ateu Poeta é um o principal heterônimo do historiador José Aroldo Gonzaga Arruda Filho (Aroldo Historiador-Amadeu Nuvem), de Pacoti-Ceará, filho de Maria Rosimar Brito Arruda e José Aroldo Gonzaga Arruda.
SUMÁRIO:


41-BALAS DE PRATA
42-O QUE É POESIA?
43-PALADINOS DA DEMOCRACIA
44-DION, FILHO DE TUPÃ
45-BRILHO DE REBELDIA
46-SUBÚRBIO
47-POR UM DIA DE PAZ
48-COCAÍNA NO SENADO
49-GOLPE E TRAPAÇA
50-LÁGRIMAS DE SANGUE
51-CEGUEIRA MENTAL
52-CAVERNA PÓS-MODERNA
53-PAZ FUGAZ
54-DITADURA TEMER
55-SE O CUNHA CAIU
56-SE MANDA, MICHEL!
57-MISTICISMO OBSOLETO
58-FERA DOMÉSTICA
59-TOM CARMIM
60-MUNDO SEM CORAÇÃO
61-SOCIEDADE EMBRIAGADA
62-DESORDEM E RETROCESSO
63-MEDUSA
64-MUITO MAIS QUE LINDA
65-CAVERNA POLÍTICA
66-OUTRA CANÇÃO
67-HAITI
68-TÂNTALOS DA SOMÁLIA
69-PÓS-MODERNA PADARIA
70-CHACAIS ACHACADORES
71-A CAVERNA DA DESNATURALIZAÇÃO
72-QUEM PAGA O PATO?
73-SOBRE PEDRAS E VENTOS
74-A IDEIA
75-ESFINGE
76-BATALHAS DESCABIDAS
77-VERDADE CONTRA O VENTO
78-MICHEL TEMER NA PRISÃO
79-A REPÚBLICA DOS RATOS
80-LINDA FEITO AMAR
81-BEM CONVIVER
82-FORCAS E FARRAPOS
83-A MÁFIA DO PODER
84-O TREM DA DITADURA
85-POLÍTICA DE ARLEQUINS
86-A ROSA VERMELHA
87-OS FACÍNORAS
88-ORQUESTRA MATINAL
89-A PEC DA MORTE
90-FERREIRA GULLAR
91-DELÍRIO DISSONANTE
92-POETISA
93-AI-18: ATO INSTITUCIONAL EUNÍCIO OLIVEIRA
94-TEMPLO PASSIONAL
95-O VENENO DA LOUCURA
96-DIVINA INSPIRAÇÃO
97-UM PAÍS DECADENTE
98-GROTESCAS OBSERVAÇÕES
99-DADAÍSMO JURÍDICO
100--BRASIL GOLPEADO
101-VOMITAÇO NOS LADRÕES
102-SEM ARREGO

BIOGRAFIA DO AUTOR:
  • https://ohistoriadordepacoti.blogspot.com/
    https://aroldohistoriador.blogspot.com/
    • Historiador, Professor, Literato, Blogueiro, Jornalista Independente, Ator Amador & Humorista.
    • Nascido em Pacoti-Ceará em 1º de abril de 1986.
    • Estudou no Jardim na Escola Menezes Pimentel, da alfabetização à 8ª série no Instituto Maria Imaculada em Pacoti. Fez cursinho no Evolutivo em 2005 em Fortaleza. Em 2006 iniciou estudo em Administração na Faculdade Evolutivo em Fortaleza, fazendo ainda um pouco mais de um ano e abandonou para fazer novo vestibular em Pacoti na UVA-Universidade Estadual Vale do Acaraú, onde criou o Jornal Delfos no primeiro dia de aula em 2007 com mais dois colegas e formou-se em Licenciatura Plena em História em 2010. O Jornal Delfos foi impresso 14 vezes até agora e será doravante feito em PDF, fora os sites e o blog. Continuam como Presidentes iguais e Criadores e Idealizadores Ateu Poeta e Cristiano Viana Silveira.
    • Praticante de alguns esportes como: 
    1. Xadrez, participando do 2º Campeonato de Xadrez de Guaramiranga em 2013;
    2.  Futebol, participando de 3 campeonatos em Pacoti, no primeiro o time só perdeu, no segundo o time foi desclassificado do Festal por ter quase todos os jogadores maiores de 18 anos, ele com 16 anos, ganhando ainda a primeira partida por W.O. e no terceiro campeonato seu time ganhou todas as partidas levando apenas um gol, terminando em 3º lugar e só o goleiro ganhando medalha; 
    3. Basket, desde o Instituto Maria Imaculada, passando pelo cursinho no Evolutivo Centro-Sul e de volta a Pacoti fez parte do 1º torneio de basket em Pacoti na quadra do Pólo de Lazer e do 1º torneio de baket meia-quadra também em Pacoti. Fez parte do time de Pacoti de basket em 2008; 
    4. Vôlei pouco jogou
    5.  Hadball pouco jogou; 
    6. Capoeira, desde os 14 anos;
    7.  Karatê, onde tirou 2ª faixa em Baturité em 2012; 
    8. Muay-Thai, nível iniciante; 
    9. Krav-Magá, nível iniciante 
    10. 4 cursos de Defesa-Pessoal.
    • Tirou 3º lugar no concurso de desenhos O Pacoti Visto Por Suas Crianças (1997).
    • Um dos criadores do jornal VISART (2002- agora chamado Jornal Visarte em 2018). 
    • 1º lugar no Estado do Ceará em auto de natal, atuando como o Rei-Mago Baltazar (2004).
    • Criador e Presidente e idealizador do Jornal Delfos-CE(2007).
    • Consertou a idade do Município de Pacoti, retirando um erro de 48 anos para menos, inicialmente questionando no Jornal Delfos-CE Impresso 2ª Edição (2008.)
    • Criador e Idealizador da Associação Cultural SEMPRE-Segmento dos Estudiosos da Memória e Patrimônio Regional da Serra de Baturité (2008)
    • Criador e Idealizador do 1° Arquivo Público do Interior do Nordeste (2009).
    • 2° e 4° lugares, consecutivamente, no 1° e 2° concursos de poesia da comunidade do Orkut "Vamos Escrever um livro?"(2009 e 2010)
    • Criador, Idealizador e Curador da Exposição Histórica: "PACOTY: UMA HISTÓRIA EM DOCUMENTOS", aprovado pelo Banco do Nordeste (2010).
    • Formou-se em Licenciatura Plena em História. (2010).
    • Sócio do Instituto Desenvolver (2011).
    • Trabalhou para o Governo do Estado do Ceará como Pesquisador no Porto do Pecém (2011).
    • Ministrou aulas de História, Geografia, Arte, Religião & Ciências em Pacoti e em Guaramiranga no Colégio São Luís, na Escola Menezes Pimentel, na Escola Linha da Serra & na Escola Monteiro Lobato. (de 2008 a 2017).
    • Convenceu a UECE e o Banco do Nordeste a fazerem parceria que resultou no Projeto Espaço Nordeste, de 5 milhões de reais, instalado em Pacoti, mas servindo a todo o maciço de Baturité, de janeiro de 2012 a julho de 2016. Este projeto fez ainda a UECE ficar em 11ª no mundo, única representante do Brasil em um dos quesitos da ONU e empatar ao mesmo tempo com a USP em outro dos 95 quesitos educacionais avaliados mundialmente por esta instituição. 
    • Foi um dos ativistas político-sociais responsáveis pela Revitalização do Sistema de Esgoto de Pacoti, representando o Jornal Delfos-CE em 2016 e inda aceitou o posto de fiscal voluntário desta obra que acabou vido apenas em 2020 e se concretizou finamente em 2022, com o investimento de mais de 6 milhões de reais enviados pelo Governador Camilo Santana (PT).
    • 2° Lugar em concurso pensamento na comunidade "Grupo de Poesia" no Facebook (2012).
    • Publica notícias, contos, crônicas, poesias, fábulas, romances, artigos, peça teatral e letra de música em vários sites, dentre eles redes sociais e muitos blogs, desde 2005.
    • Foi candidato a vereador pelo PT em Pacoti em 2012, tendo 51 votos.
    • Atualmente publica em algumas páginade Facebook e modera grupos. Tenta seguir a carreira de facebooker e de youtuber.
    • Participa de 2 e-books virtuais pelo Balcão de Poemas: "Por onde andei?" & "Quem sou?"; organizados pelo poeta gaúcho Wasil Sacharuk.
    • Participa da Antologia Poética não impressa do antigo Bar do Escritor de 2011, a qual recuperou em formato virtual.
    • Recebeu a Comenda Domitila de Honra ao Mérito em 2016, da SECULDT-Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto de Pacoti & Prefeitura Municipal de Pacoti (2016).
    • Concluiu Pós-graduação em Gestão Escolar (2016).
    • Selecionado para o Prêmio CNNP da Editora Virara-Concurso Nacional Novos Poetas- 4x seguidas (2016, 2017 & 2018, &2019).
    • Teve poesias selecionadas para a Revista Gente de Palavra 2x seguidas (fevereiro & abril de 2018). 
    • Conselheiro de Cultura desde 2018, com "o cargo" de secretário na cidade de Pacoti-CE.
    • Membro do Comitê Gestor para implementação da Lei Aldir Blanc de 2020 em Pacoti.
    • Autor de 18 blookes (2 em andamento).
    • Recebeu certificado de honrarias da Secretaria de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovações de Pacoti por ajudar no desenvolvimento do Projeto "Amigo Educador", criação do Prof. Ricardo Alves, atual gestor de humanas na Educação Básica de Pacoti.
    • É vice-presidente local do Partido Comunista do Brasil-PCdoB pela segunda vez seguida e é pré-candidato a deputado em 2022.

    1-SOBRE MOINHOS DE VENTO

    No dia em que as lágrimas secarem
    Eu não saberei quem sou
    A sanidade irá embora
    Pois não existe aurora pela metade

    Nada resta além de saudade
    Atestam o mínimo de humanidade
    A luta, o luto e a necessidade
    De se ter lealdade ao próprio coração

    O soneto se cria da intensidade
    É a chama da verdade que vira canção
    Sonhar também é uma prioridade
    E que os moinhos de vento estejam todos lá

    Assim, um dia alguém dirá
    Que eu vivi de verdade

    Ateu Poeta
    02/01/2016
2-BOMBA H 

Nas mansões dos grandes chefões
Têm muitos carrões 
Particulares aviões
Para vis expedições 
Peregrinações
Granadas, mísseis e canhões
A moda é criar chavões
Principiar as explosões
Terrorismo invade as repartições 
Soltaram os escorpiões
Onde estão os corações
Que inventam canções?

De Bangladesh a Paris
Ninguém diz que é feliz
Bandido hoje é juiz
Mar de lama meretriz
A cama tudo contradiz
E a grana agarra a perdiz
Rapina rápido a matriz
Filiais e pó de giz
Arquiva as provas por um triz
Sem tremer nem o nariz
Arranca ramo e raiz
Suga o sangue e pede bis

Pela pelos, pele e perfis
Pela pátria imperatriz
Petróleo jorra em chafariz
Párea regra de Sarrus
Tudo é crise nos jornais
Triunfos viram carnavais
A navalha fere o cais
O vermelho já não pode mais
Que todo o mau descanse em paz
Aliteraram os litorais
Liteiras levam livros tais
Paralelos elos aos rivais

Cães nas câmaras quais
Ladram ladrões gravatais
Nem sempre cordiais
Gravatás grasnando temporais
Greves gravitacionais
O tempo é têmpora e vai embora
A aurora ancora seus rituais
Apolo inspira sãos e insanos
São tantos planos fenomenais
Por debaixo dos panos
Nas escotilhas
Tiros, detritos

Tristeza e atritos
Tudo vira ilha
De Detroit ao Vaticano
Todos entram pelo cano
A libido da Líbia chega ao Brasil
A tragédia de Biquíni jamais se extinguiu
Destrói a História quem jamais existiu
A flâmula afunda vidas no Ganges
A fé mata em massa, aos milhões
O prego prega com a Bíblia na mão
Vedas no ventilador
Corão causa imensa dor

Cega retaliação
E assim caminha a religião na relva
A selva das fogueiras é a trepanação
Nada é proibido pela cobiça de Alá
Ou para expandir as fronteiras
Deus nunca esteve lá
Apenas o adeus
Que fez presidente chorar
No olho do caos
Na boca do tubarão
Brilham riquezas
Avarezas

Sonegação 
Negar a verdade
Polir a vaidade
Grega segregação
A sociedade adora sofrer
Cartéis de cruéis coronéis
Dão as podres cartas 
Do carrasco poder
Sem a menor saciedade
Mesmo assim
Os senhores da guerra
Morrem de medo de perder

Ateu Poeta
08/01/2016

3-BANDEIRA NEGRA

Merecemos mais educação
Cérebros em erupção
Na era da informação

A real revolução 
É criar evolução

Esqueça a sua intuição
Procure instrução
Seja na computação
Ou no seio da canção

Chega de destruição!
Balas perdidas sem função
Tirando vidas à traição
Explosão na conjunção
Na conjuntura da radiação

Catástrofes abissais da equação
Notícias mais sangrentas que filme de ação
Não existe James Bond na estação
Para Cunha, Samarco e marcos da fruição

Tudo se compra e todos se vendem na fração
No bingo, no pregão e no balcão
Peças no bolso do barão-cação
Caçadores à espreita em estreita condição

O mundo mudo planta mudas da corrupção
Como é possível tanta convicção?
O fanatismo só afina a sua funesta dicção
A paz aqui jaz no discurso da contradição
Jazz do jamais e a lama no meu coração

Ateu Poeta
16/01/2016

4-IDADE-VALSA

A matéria dança 
Na densidade
Idade-valsa
Falsa mudança

Ateu Poeta
12/01/2019

5-INVERNO ASTRAL

O aquém do caos não é aqui
Aquilo ali além da lei
A lá Ninsei
Nonsense sem sensei

A vaidade que há em ti
Faz a primavera em si
Aflorar a fruir
So far away

Só farei Sol
Só sol e fá, hey!
Rei que não sou
Do Rock'n'roll

Quando a tempestade cair
Não mais será verão
No meu coração
Que o vulcão partiu

O blues do céu da tua boca
Deixa minha mente oca
Será que soul
No funk de Foucault

O Kant que dificultou o canto
Da poesia de Platão?
Dancei sóbrio burbom 
No batom do teu botão

Em noite de neon 
O vetor não vê o fator espectral
Que há no víride do vidro
Do inverno astral

Ateu Poeta
15/01/2019

6-UM SORRISO CASUAL

As coisas de valor não têm preço ou pressa
Por isso eu não me rendo à paixão
Que bate no peito violenta
Flecha febril do céu ao chão
Maldito seja o ser que arremessa
De forma tão vil e sangrenta
Que fere a fogo e arrebenta 
As artérias do coração

Quem menos tem palavra é quem mais faz promessa
A morte mais lenta é viver de ilusão
Todos os mitos são banais
Também os mistérios
Ministérios astrais
Perda de tempo
Cansaço mental
O ideal nasce de metal

Depois vira cristal
Tão frágil e fugaz 
Quanto aquele sorriso
Incisivo, lascivo e casual 
Voando nos braços do vento
A poesia não é nenhum rebento
Mas vícios, liberdade e escravidão
Virtude de voar na prisão

Vulcão com senso de latitude
Latu sensu em plena escuridão
Erupção com redoma em contensão 
É tudo vão no breu 
Todos mofarão no negro manto de Morfeu
Apesar da radiante sedução
Expressa nos teus olhos-xenon
Em cada rara curva do teu corpo-neon

Onde fico sem tom
Perdido de emoção 
No retocar do teu batom
Sob o começo do fim
O universo não para, querubim
Na tua boca de carmim
Mora a minha perdição
Porque o off é muito próximo do on

O prelúdio é um prédio
Sem remédio nem estúdio
O que existe gira inverso
Em prosa e verso
Sob a pena do furacão
Impresso no seio do caos
Neste livro analfabético de hidrogênio
Cais de gênios

Porto de bons e maus
Tanto faz, segundos ou milênios
Para Tântalo é tudo igual
Tártaro, tarântula, tartaruga
Rugas e runas vêm e vão no temporal
Mar colorado de coral
Tarantela de querelas
Querendo big-bang no litoral

Ateu Poeta
17/01/2016

7-MARCHA PRA SATÃ

A marcha pra Satã
É um protesto 
Meio tantã, sei lá
Quem leva a zoeira mais a sério
Quem prende
Ou quem já estava lá?
Mistério
Qual o critério para julgar?
Não há ministério
É coisa de ateu!
Parece mais de Sísifo
Ou mesmo Prometeu
Já que é missão impossível
O Estado Laico o ser realmente
Quando há tanto afluentes cristão
Seria chuva de água benta que caiu?
Alguém riu
Estão com medo de rebelião?
O Inferno se abriu?
Outro explicou
A sua religião é menor
Não troca patuá pelo andor
Pretere o Papa ao pai de santo
A zoeira é de modo tanto
Que religioso foi
Não adoramos o cabeça de boi
Poderia falar quem não acredita
Daí alguém interdita
8 ou 9 brincantes
Ou seriam protestantes?
Novamente, sei lá!
Em São Paulo a cantar
Em louvor do Belzebu inexistente
E o de vermelho será assistente?
É só mais um persistente
Que passa contente
Cantando refrão
No ano que vem quero ver 
Se no dia não chover
A marcha pra São Nietzsche
Que cura rinite intelectual
Não haverá nada igual
É esperar para ver
Se vira factual

Ateu Poeta
18/01/2016

8-SOLDADO INFANTIL

Nenhuma criança-soldado é de ferro
Grande é o berro da quadrilha
Nova explosão
Todo homem é uma ilha
O louco quer ser sempre o mais são
Não passa de mero jargão
O lucro vem no trabuco
Bem na boca do dragão

Ateu Poeta
25/01/2016

9-A FORMIGA E A CIGARRA

Hangar, andar, angariar
Eu não aprendi a rimar
É preciso esquecer
Para não fenecer
Sob o domínio do mar
E viver mais do que reclamar
É inevitável sofrer
E até lamentável
Mas, faz parte do percorrer
Substanciar o verbo
Adverso inverso
Adverbio do cantar
Quem diria que a cigarra é quem trabalha
E a formiga atrapalha?
E olha quem leva a fama de má

Ateu Poeta
27/01/2016

10-POEMA DE SOLIDÃO

A gente não consegue entender
O coração não quer aceitar
Não é a distância o que separa
Cada um sabe o quanto vai sofrer
O que se conquistou faz encantar
Encontrar amizade é coisa rara

Até o Tempo calou
E fez a saudade delirar
Foi a tempestade que chegou
E o mundo para
O teatro acabou
A ribalta se recusa a baixar

O Universo acusa e faz sangrar
Ninguém se prepara
Lá se vai outro coração
A canção chega a transbordar
E de repente a solidão
Está na cara

Entra entre a multidão
E se instala
Feito vírus em ação
Feitor de forte açoite de fúria
O dia é noite
A religião só faz injúria

Em outra ala
A asa quebra
Celebra o que estala
Está lá no fio da mente
Na velha veia da navalha
A liberdade de pensar sempre foi cara

Ateu Poeta
30/01/2016

11-POLIANA

Um dia a arte vem
E quebra todos os padrões 
Fere os tolos corações 
Das feras mais sapientes
Choram reis, faraós e tenentes
Penitentes celebram alheias canções 
Paradoxos vazios imperarão 
Cada jornada é adornada com um jargão 
Estrelas se perdem no pavilhão 
Falsos sóis acendem
Nefastos faróis 
Um mar de lama, Mariana
Política em pauta, Poliana
Meio crise, meio drama
E muitas bonecas de porcelana
Ideias que transcendem no trem
Heresia
Harmonia é melodia pra quem tem
Entre a ironia e o sarcasmo 
O cigarro mata mais cinco milhões 
Meras estatísticas não movem heurísticas 
Medalhões

Ateu Poeta
21/02/2016

12-FLORES AO VENTO

Atire aquela flor ao vento
Aquarela do caos e rebento
Tire o amor do caminho
E cada espinho virará moinho

Delírios virtuais
Desse pergaminho
Criam temporais
Passarinhos em vitrais

Margaridas aos porcos
São carrascos canhões
Que aos poucos mutilam
E matam aos milhões

A fome assola
Cega sede de poder
Na cartola
O mago mente pra vencer

Sua mente é vitrola
Será lavada ao violão
Enquanto a viola
Toca o jogo da ilusão

A paixão demora
E traz seu próprio fel fugaz
Que na aurora
Trai e corre atrás

Sempre em abandono
Servindo no quartel
Feito um cão sem dono
Você sonha em ir pro Céu

Nesse tolo abismo
O cinismo é menestrel
Sem altruísmo
O mundo todo é um cartel

Ateu Poeta
25/02/2016

13-PENSADOR DE CRISTAL

Entre a fé o ceticismo
Há um abismo sideral
Euforia e aforismo
Ante as flores do mal

A elipse ruminante
É delirante ritual
Dínamo e dinamite
Ao pensador de cristal

A existência é um paradoxo
Que nunca para
Atual e ortodoxo
Paixão de berço e mortalha

Ateu Poeta
02/03/2016

14-NÃO ROLA

Acorda, carola!
A boba bola não rola mais
Cheira cola no sinal
Tráfico de drogas em âmbito nacional
Fascismo é abismo
Nacionalismo-cinismo-nazismo 
Quem foi que cunhou esta louca delação?
E a premiação, cadê?
Poesia com sabor de canção
Decide, Delcídio!
Escolhe a tua vertente, serpente!
Quem tem sanidade nada contra a corrente
Porque a liberdade não é dada nem recorrente
Ditadura na boca dos dementes
Bolsonaro mais do que insolente
Temer, golpista, montando a sua quadrilha
O PMDB é uma armadilha
PSDB ladrando com a sua matilha
Não larga o osso
Ócio da escotilha
A bala-mortalha não abala ninguém
O Planalto Central pretende ser uma ilha?
Planta o seu ritual
Pilantras com olhar de desdém 
Eduardo Cunha, O Poderoso Chefão
Está fazendo de tudo para a fundar a nação
Sérgio Moro engavetando a lista
Mais cego que Moros 
E muito menos realista
Um helicóptero de pó sumiu
E ninguém foi pro xilindró 
É esse o meu Brasil? 

Ateu Poeta
26/04/2016

15-A FOICE

A foice de Thanátos só não corta a si mesma
O ciclo sempre se renova
Ciclone em evolução
Dupla hélice 
Duração
Ação das elipses
A vida é eflúvio em ebulição

Ateu Poeta
12/04/2016

16-DELETÉRIA IMENSIDÃO

Impacto invisível 
Incrível e sem razão 
Índice indizível 
Indivisível mundo compacto
Intransferível jogo sem pacto
Inevitável e deletéria 
Indelével imensidão

Ateu Poeta
14/04/2016

17-ILUSÃO DA MEIA-NOITE

Na escuridão vejo teu rosto.
No silêncio escuto tua voz dizendo: _vem
Mas, é só ilusão
Será loucura?

Por que a vida é tão contramão
Lirismo decadente
Crescente contradição
Enquanto o tempo nada cura?

Cada vertente a mais dura
Apenas a dúvida é pura
Mas, a ignorância é uma tortura
Uma espécie de dor sem fim

E o resto não conduz à razão
O fundamentalismo mata a fundamentação
Para longe desse abismo do cinismo da usura
Só quero o teu sorriso dentro do meu coração

Ateu Poeta
28/04/2016

18-IDIOCRACIA

Meu coração
De aflição
Já está senil
Minhas lágrimas
Sob este céu de anil
Nada sabem das esgrimas
No véu mórbido das águas
Não senti a dor
De morrer no mar
Afogados
Sem clamor
Sem nada mais para amar
Sem calor
Sendo obrigado a calar
Até o condor se esconde
Boiam corpos aos montes
Sem flor
Imigrantes
Oito mil
Nenhum ator
O que eram antes?
Fugitivos errantes
Herdeiros do caos
E da estupidez
Na febre do ódio
Na beira do cais
Exprimidos
E oprimidos
Esperando a sua vez
Dentre explosões e guerra
Correria, sangue e terra
Há tragédia em lutar e fugir
Milhões deveriam ter razões
Mais fortes que canhões
Mas se perdem em refrões
Em nome de Alá
Mohamad, valquírias
Ou sei lá
Esperando um paraíso de terror
Estouram meninas-bomba
Que nem sabem orar
Meninos embebidos
Em lavagem-cerebral
E ninguém faz nada
Pela guarda cultural
Em nome de um Deus-pastor
Todos morrem e matam
Totalmente sem valor
Mesmo budista e ateu
Entra na lista macabra
O mundo todo é fariseu
Até à última cabra
Não existe Samaria
Mas, não se estanca essa sangria
O homem é um animal em extinção
Em seu peito tem pedra
E mora um negro escorpião
À morte celebra
Com cada estúpido ritual
Sob drogas
De ervas
Que enervam o brutal
Se existisse, o que Jesus faria?
A mesma idiocracia

Ateu Poeta
31/05/2016

19-QUIMERA SEM COMPAIXÃO

A paixão é ferida aberta
Incerta
Deserta ao calvário do não
Solidão
Sob o peito sem leito
Com efeito

Faz sangrar tempestade e vulcão
Rarefeito
E sem dimensão
Ao sensato apavora
Mas, ao louco, que a ignora
Devora

Feito fera sem ração
Na prisão
Ofusca firme a razão
Nas pobres rimas do refrão
Dá vida
E guarida

Também leva ao caixão
Despedida
Há quem diga que é nobre
O desdobre
Mas, é mera evolução
Inodora solução

Sem calmaria nem compaixão
Adora
A qualquer preço
Sem demora
Nem apreço
Virar a mente do avesso

E nunca muda de endereço
Sempre aflora
Feito ferina canção
Sem ter hora
Como agora
Quimera que mora no meu coração

Ateu Poeta
01/05/2016

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