terça-feira, 15 de outubro de 2019

38-ANTI-HERÓI

38-ANTI-HERÓI

Não quero ser
Um herói aracnídeo
Sem a menor esperança de ser feliz
Já não sou mais
Apenas um rapaz
Ela jamais saberá a falta que me faz

Viver
É ser um tanto quanto virtual
Hoje já não me importa ser juiz
Ou trocar conselho intelectual
Não sou aquele
Que de tudo pede bis

Atrás de paz
Vou para onde aponta o nariz
Independente de quem é que diz
Aqui jaz quem temia a guerra
Nesta Terra agora eu quero mais
Só lutando é que se faz

O que resta na aresta
É a fresta da festa
Na floresta morreu outro pica-pau
Já quis voar pelo espaço-sideral
E até já desejei o não-querer
Na mais profunda ilusão do não ser

O homem procura uma razão irracional
Que seja igual à sua loucura
Para certas coisas simplesmente não há cura
A lida é dura, mas precisamos da labuta
A força bruta quase nunca é lida
Lida com cada artimanha astuta

A ganância envenena a todos pela batuta
A batucada machuca o meu coração
Bem no meio da canção
Estou sozinho em plena multidão
Entre a substância e a transubstanciação
Então, no fim, é tudo mera enganação

Ateu Poeta
30/07/2016

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