47-POR UM DIA DE PAZ
Eu negaria a poesia
Por um dia de paz
Nunca vi harmonia
Em suas frases iguais
Quero viver na sinfonia
De mil carnavais
De rebeldia que floresce
Nos canaviais
Canivetes que sangram
Infinitos rivais
Com as mesmas giletes
De macabros rituais
É tanta hipocrisia
Que se lê nos jornais
Golpistas no poder
Mostrando os seus anais
Corrupção estatal
Ofícios demais
Corporativo edital
Sujos sinais
Orifícios escusos
Olho do furacão
Só acuso quem tem culpa
No decorrer da fração
Morreu mais um milhão
No meio da canção
Na Síria, de frio, de fome
Ou de explosão
É tanta guerra que não para
Mortalha de erva
Inocentes entre a gentalha
Sem votos de Minerva
Ódio que atrapalha
Quando se enerva
O fogo de palha
Desses homens da caverna
Que nunca viram a luz
Da verdadeira razão
Morrem por dinheiro
E fé em podridão
Rios de sangue
Outros de poluição
Destruição dos mangues
Uma bomba no Japão
Israel e Iraque
Sob ataque de pressão
Líbia, Líbano, libido Talibã
Estampido no Afeganistão
Estados Unidos
Desunindo mais uma nação
A Rússia metralha de avião
O islamismo em intensa ação
Tanques na Tunísia
E no Cazaquistão
Nigéria, Irã
Boko Haram em expansão
Primavera árabe
Ísis na França
A morte dança
Em noites de lazer
Por pura arrogância
A cruel invade o novo amanhecer
O terror que faz tremer
Trazendo perigo
Al Qaeda em união
Com o grande jihad
Atentados suicidas por convocação
Seres zangados muito mais que zangão
Turquia, Coréia
Ditadura por um fio
Manobra militar
No seio do Brasil
Os idiotas querem arreio
Freio de antemão
Só sentem receio
De perder a ilusão
Desejo escondido
De voltar à escravidão
Por orgulho ferido
Ferem a Constituição
Soltam os bandidos
Chamam o operário de ladrão
Por não serem capazes
De façanha igual
Porque se alimentam da miséria
São bactérias virais
Sangue-sugas malditos
Nós não vivemos em vitrais!
Ateu Poeta
25/08/2016
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