terça-feira, 15 de outubro de 2019

47-POR UM DIA DE PAZ

47-POR UM DIA DE PAZ

Eu negaria a poesia 
Por um dia de paz
Nunca vi harmonia
Em suas frases iguais

Quero viver na sinfonia
De mil carnavais
De rebeldia que floresce

Nos canaviais

Canivetes que sangram
Infinitos rivais
Com as mesmas giletes
De macabros rituais

É tanta hipocrisia
Que se lê nos jornais
Golpistas no poder
Mostrando os seus anais

Corrupção estatal
Ofícios demais
Corporativo edital
Sujos sinais

Orifícios escusos
Olho do furacão
Só acuso quem tem culpa
No decorrer da fração

Morreu mais um milhão
No meio da canção
Na Síria, de frio, de fome
Ou de explosão

É tanta guerra que não para
Mortalha de erva
Inocentes entre a gentalha
Sem votos de Minerva

Ódio que atrapalha
Quando se enerva
O fogo de palha
Desses homens da caverna

Que nunca viram a luz
Da verdadeira razão
Morrem por dinheiro
E fé em podridão

Rios de sangue
Outros de poluição
Destruição dos mangues
Uma bomba no Japão

Israel e Iraque
Sob ataque de pressão
Líbia, Líbano, libido Talibã 
Estampido no Afeganistão

Estados Unidos
Desunindo mais uma nação
A Rússia metralha de avião
O islamismo em intensa ação

Tanques na Tunísia
E no Cazaquistão
Nigéria, Irã
Boko Haram em expansão

Primavera árabe
Ísis na França
A morte dança
Em noites de lazer

Por pura arrogância 
A cruel invade o novo amanhecer
O terror que faz tremer
Trazendo perigo

Al Qaeda em união
Com o grande jihad
Atentados suicidas por convocação
Seres zangados muito mais que zangão

Turquia, Coréia
Ditadura por um fio
Manobra militar
No seio do Brasil

Os idiotas querem arreio
Freio de antemão
Só sentem receio
De perder a ilusão

Desejo escondido
De voltar à escravidão
Por orgulho ferido
Ferem a Constituição

Soltam os bandidos
Chamam o operário de ladrão
Por não serem capazes
De façanha igual

Porque se alimentam da miséria
São bactérias virais
Sangue-sugas malditos
Nós não vivemos em vitrais!

Ateu Poeta
25/08/2016

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