50-LÁGRIMAS DE SANGUE
O país já chora
Lágrimas de sangue
Nesse descabido bang-bang
A estudante perde o olho
Tal qual professor
Em batalha contra Richa
Todo desgoverno faz rixa
Contra a educação
Educar para quê
Se a esquerda é contramão?
Até ficar todo mundo caolho
A justiça vai fechando os olhos
Ante as rapinas da ambição
Vai virando tradição
Toda esta bestialidade
O meu peito se invade
De uma tremenda compaixão
Com a doce canção
Da revolução que se assanha
Com a façanha de Guardião
Não sei mais se a cautela
Ou o que se aquartela
É bom ou não
Se importa a seleção
Ou a Portela
Se impera o golpe
A galope
E tão febril
No seio de um Brasil
Não mais gigante
Diante dessa onda
De injustiça
Onde só a cobiça soa
E tem vez
Há xadrez
E camburão
Para os não-calados
Favelados
Subversivisados
E ousados
São vocês?
Para quem não se conforma
Nem deforma
Não se vende
Para os calejados
Apedrejados pelo sistema
Quem não teme seguir o tema
E não treme para Temer
Desarmados
Soldados?
Amados
Entoando a canção ao vento
O lenço e o documento
Onde estão?
Contra o tempo
Nada nas mãos
A censura já começou
E aos poucos mostra suas garras
Os direitos, quem tirou?
Iremos perder muito mais
Aqui jaz a tão curta democracia
Foi-se pela hipocrisia
Que se instala em seu lugar
E entala
Estala
Tudo o que não deveria
Estar lá
Voltará a monarquia?
Os ratos do poder
Logo aprenderam a ladrar
E ser gatunos
Sabem bem prosperar
O povo tem poder
Mas não sabe
É o mesmo
Que não ter
Ateu Poeta
02/09/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário