terça-feira, 15 de outubro de 2019

41-BALAS DE PRATA


A ingratidão move esse mundo cão
Tudo caminha para a mesma escuridão
Eterna erupção
O caos não se propaga na profunda solidão
Você se preocupa com o tamanho da inflação
Deixa inflarem seu cérebro com ventilação
Que parece enorme, mas é só ilusão
Por isso é tão grande o risco de vacilação
Seus gurus caem aos poucos, a cada canção
Do Brasil ao Japão há fome e miséria
Mas, é ainda maior essa bactéria
Chamada manipulação
Histérica coleira
A loteria do ladrão
Que já não rouba só galinhas da população
Faz franquias para a nova escravidão
É sua ou minha
Essa caverna de Platão?
Balas de prata são as moedas da estação
O ouro de tolo vale mais que o outro
Que amanhã não será mais o mesmo
Sob o sopro do dragão
A esmo será essa grande explicação
Por isso faço em poesia
Talvez a sinfonia toque mais satisfação
A energia do Sol é propensa à captação
Mas, é mais barato usar a radiação
Mesmo que efeitos catastróficos estejam em ebulição
Nunca se aprende de fato a lição
Daí esse aborto histórico da repetição
Querem mudança?
É só um passo da dança
Um jogo da repartição
Fogos aos porcos
Pérolas aos ricos
Poucos
Febre aos loucos
Forasteiros fazem bico
Calados são alados
Gerados no conflito
Não fique aflito
Estão blindados
Coisa que não se abala
Não posso mudar o mundo sozinho
Nem tirar o poder dessa gentalha
Por cima da minha mortalha
Haverá um redemoinho
Fazendo um novo caminho
O pingo d’água levado pelo passarinho
No fim o recomeço tomará conta
Quem pagará a conta desse golpe?
A galope
Irão como vieram
De outras eras
De onde eram?
Quem é que sabe?
Política que se aposta
Na ponta do sabre
E a proposta
É boa?
A garoa esconde
Não pegue o bonde
Sem saber o rumo
Olhe o prumo
Em resumo
Talvez o diamante vermelho
Esteja mais perto do conselho
Mas há quem prefira o centelho
Ao centeio
Porque é mais fácil queimar
Do que amar
Amargurar fica para depois
Pensar também
Sem por freio
O desdém feijão com arroz
Assim, na lata
Sem receio
O arreio já se recompôs

Ateu Poeta
05/08/2016

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