Poesia enterrada
No tom mais profundo
Não é o poema que é sujo
É o mundo
Entre o trema
E o morfema
Houve o terror
De morrer no exílio
Terrível dissabor
Provado por muitos
Na passada ditadura
A saudade é mais dura
Portugal o premiou com louvor
Uma estrela se apaga
No seio azul do Brasil
Já tão abalado
Por tanto golpe vil
Grande mestre
De pena imortal
Que pena que foi
Mas vive o ideal
Não parará o protesto
Nem a construção
Sob qualquer pretexto
Manifesto
Viva a revolução!
Seja na arte
Ou na vida
Na TV
No jornal
Que não se cale
O dever visceral!
Fenomenal
Exemplo de escritor
Patriota
E guerreiro
Sem a menor pretensão
De ser
Foi pioneiro
Reconhecido
Como merecido
A vanguarda nunca morre
A literatura é armadura
Escuto e espada
Jornada de fato sem fim
Cada um luta como pode
Ou como a ideologia manda
De pessoal demanda
Na caneta
Na baioneta
Na escopeta
Ou no clarim
Inventar é a grande façanha
De um pensador intrínseco
Sem planos acabados
Já que não existem sentidos nem pecados
Negando ser triste
Sem bengala de misticismos
Fez de si um gigante
Em fragmentos e aforismos
Ateu Poeta
05/12/2016
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